terça-feira, 18 de maio de 2010

O silêncio paradoxal

A distância podia ser medida em centímetros, mas na verdade era um abismo, estávamos perto, porém distantes. Você acha que conhece, você acha que sabe o que vai acontecer, mas na verdade nem imagina. Parecíamos dois estranhos lado a lado, o assunto desapareceu, uma nuvem de constrangimento se precipitou e começou a chover. A sensação não era desagradável, eu não sei explicar, queria que acabasse, mas não queria ir embora. Silêncio. Desviamos o olhar, tímidos como adolescentes. Uma eternidade de segundos se passou e continuávamos ali parados, nada a dizer, ou melhor muito a dizer, mas não era o momento, naquela hora o importante era ficar ali, estático esperando quem seria o primeiro a quebrar o silêncio, o que seria o certo a dizer? Não sei, algo tinha que ser dito antes que aquele momento mergulhasse no precipício que nos separava. "E ai vamos lá?" ele disse, não poderia pensar em um uma frase melhor para acabar com aquele momento, que apesar de não dizer nada, me mostrou o que se passava entre nós, nada e ao mesmo tempo tudo.

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