terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sonho?

Hoje dormi como faço em alguns dias da semana, acho que sonhei com você, talvez fosse, mas no sonho você não tinha rosto, o que por sinal não foi um fator favorável já que beleza é um dos seus poucos atributos, mas vamos falar do sonho. Nele eu estava sentada em uma janela, fumando um cigarro e olhando a Lua, e aquilo me trazia uma paz incrível! fiquei ali sentada por muito tempo, brincando com a fumaça e pensando no que iria comer depois, parece entediante mas era exatamento o que eu estava precisando, silêncio, um momento comigo mesma. Até que no ápice da minha ociosidade meu celular toca, e no visor aparece o seu nome, você está me ligando, diz que não vive sem mim e que nossa briga foi estúpida, tudo que eu já sabia até então, finalmente pergunta se pode aparecer e eu digo que sim, por que não? enquanto você está a caminho revivo nossos momentos, os que consigo me lembrar, suas grosserias, machismo, arrogância e questiono-me, porquê? Mas que venda foi essa que esteve em meus olhos todo esse tempo? Como não consegui enxergar todo esse tempo que nunca daria certo? Você chegou. Eu vejo seu rosto indefinido, sem expressão, sem rosto, sem nada, olho na direção de onde provalvelmente seria seu olho e digo "acabou, não consigo mais ver você como eu enxergava antes, não sei mais quem você é, aliás nunca soube ou fingia não saber. Não vejo mais seu rosto e talvez por isso consiga reparar outras coisas que antes não notava, para mim você agora é qualquer um."
Na verdade eu tenho certeza de que era você nesse sonho.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Traumatizando crianças desde 1989

- Mãe que bicho é o Mickey?
- Um rato.
- Posso ter um rato ?
- Não.
- Por que mãe? Quero um rato igual o Mickey!
- Ratos são sujos e transmitem doenças.
- Até o Mickey?
- Principalmente.
- Qual doença mãe?
- Retardo mental.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Eu também não sei

Fala pouco, fala muito, fala o suficiente.
Cala a boca, Fica quieto agora, isso eu não aguento.
Não adianta me olhar assim indiferente.
Quando acaba, termina logo, sem prolongamento.
Para de escrever menina, para e olha para mim.
O que você está fazendo da sua vida?
Você sabe muito bem que não precisa ser assim,
Sabe que tudo está errado, por que está tão iludida?
Volta atrás tempo perdido...
O Sol acordou e eu nem dormi...
Volta tempo, que agora tudo perdeu o sentido.
Alguém e diz por favor. Por que eu ainda estou aqui?

sábado, 12 de junho de 2010

Sozinha

Ela não estava sozinha, mas sentia-se assim. Estava fantasiada de indiferença, não estava sintonizada na mesma estação que os outros, olhava em volta e tudo parecia vazio, as pessoas a cansavam, todos iguais transbordando futilidade, no fundo todos temos um lado fútil mas aquele ambiente estava impregnado dela, assuntos desiteressantes e pessoas ainda mais, passou o tempo todo se perguntando o que estava fazendo ali, e por que todos eram tão entediantes, talvez o problema fosse ela, não deveria estar naquele lugar, não se encaixava, não por se achar melhor do que eles, apenas não se sentia um deles. Incompatibilidade, era um sentimento que estava se tornando frequente no seu dia, é acho que o problema é ela, afinal a maioria tem sempre razão certo? Ela nunca foi muito de ir com a correnteza mesmo, já está acostumada, no fundo ela sentia-se tão vazia quanto os demais, nunca concordou tanto com aquela frase escrota " quantidade não significa qualidade"... Opa, alguém chamou seu nome, coloque sua máscara sorridente e suba nesse palco onde todos interpretam pessoas felizes que não têm problemas, e dai? O que importa é ser feliz, ou fingir ser...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Princesa autista

Eu sou um ser imaginário, eu vivo num mundo só meu, que foi criado pelo meu alter ego que se chama Vanessa, um mundo diferente e complicado de entender, uma dessas histórias esquisitas que você não entende de primeira e tem que rever prestando mais atenção, que nem todo mundo gosta, aliás a minoria gosta, talvez eu deixe o Tim Burton dirigir uma versão 3D da história... Sou a princesa diferente que mata o dragão e não precisa do príncipe, porque talvez ele nem exista, e talvez ela nem seja uma princesa... Não preciso de ajuda, eu me viro sozinha, no meu conto de fadas eu que mando, e me deixa acreditar nisso em paz. Talvez eu me transforme na princesa solteirona e minha história proibida para crianças, provavelmente ela não venderá nenhum exemplar, mas esse é não é um bom motivo para não escrevê-la, eu gosto de escrever... meu mundo não é colorido e a densidade demográfica é baixa, as pessoas são bem humoradas e riem das minhas piadas. Esse mundo não existe é imaginação, no mundo de verdade eu sou apenas carne, osso e sentimento, e também morro de medo de dragões...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Chove

Chove e não para, na janela as gotas escorrem e desenham coisas pelo vidro, rabiscam sem sentido. O cheiro da chuva, cheiro de concreto molhado, de pessoas molhadas que correm e fogem das gotas, eu não fujo dela, não dessa, ela parecia convidativa, atenciosa... Até que o calor e a sensação refrescante virou frio, frio e úmido, tempo apático, um temporal que parecia infinito, cinza, eu não gosto dessa cor, ela me incomoda, prefiro azul ele me acalma, me tranquiliza e me refresca, como no início da chuva quando o céu ainda era azul, caía inocente e acolhedora, agora ela mudou tornou-se antipática e uma péssima anfitriã, quero me unir aos que fogem dela, quero ir para longe, para um lugar azul, que tenha cheiro de concreto seco. Promete que vai parar, por favor? A chuva parou mas no meu quarto, onde as paredes são azuis, continua tudo cinza, e eu não gosto dessa cor...

terça-feira, 18 de maio de 2010

O silêncio paradoxal

A distância podia ser medida em centímetros, mas na verdade era um abismo, estávamos perto, porém distantes. Você acha que conhece, você acha que sabe o que vai acontecer, mas na verdade nem imagina. Parecíamos dois estranhos lado a lado, o assunto desapareceu, uma nuvem de constrangimento se precipitou e começou a chover. A sensação não era desagradável, eu não sei explicar, queria que acabasse, mas não queria ir embora. Silêncio. Desviamos o olhar, tímidos como adolescentes. Uma eternidade de segundos se passou e continuávamos ali parados, nada a dizer, ou melhor muito a dizer, mas não era o momento, naquela hora o importante era ficar ali, estático esperando quem seria o primeiro a quebrar o silêncio, o que seria o certo a dizer? Não sei, algo tinha que ser dito antes que aquele momento mergulhasse no precipício que nos separava. "E ai vamos lá?" ele disse, não poderia pensar em um uma frase melhor para acabar com aquele momento, que apesar de não dizer nada, me mostrou o que se passava entre nós, nada e ao mesmo tempo tudo.

domingo, 9 de maio de 2010

O acaso vai me proteger?

É meio clichê pensar que em um dia sua vida pode mudar da água para o vinho, mas é a pura verdade. Por exemplo você vai para o trabalho e enquanto você esta no ponto esperando o seu ônibus chegar, um estranho te pergunta que horas são, vocês se dão bem trocam msn e dali surge um namoro que pode futuramente até dar em casamento, será muita viagem da minha parte? Acho que não, meus pais se conheceram quando meu pai perseguiu o ônibus que minha mãe estava e esperou até queela descesse, quem imaginaria que uma perseguição traria como consequência essa que vos fala? Ao contrário ela poderia se atrasar e pegar um outro ônibus, quem sabe até onde iria o poder dessa decisão? Será que de um jeito ou de outro o "destino" os uniria e eu daria minhas caras para o mundo? Eu particularmente não gosto de pensar que está tudo escrito, me sinto muito impotente e eu não gosto de me sentir assim. Se é destino ou acaso eu resolvo essa questão filosófica simplesmente a ignorando, mas eu gosto de pensar que eu determino minhas escolhas, que eu sou a responsável pelas grandes merdas que eu faço, que eu só descubro que foram péssimas escolhas quando elas acontecem, mas como eu saberia? Ela parecia tão certa naquele momento... Só me resta esperar o tempo resolver o meu problema...

terça-feira, 27 de abril de 2010

E se o mundo acabar em 2012?

Se o mundo acabar realmente em 2012 eu morreria frustrada. Primeiro porque morrer com 22 anos seria uma bosta, se eu tivesse sei lá uns 70 anos eu não ficaria tão abalada, já teria vivido mais da metade da minha vida, claro que não iria estar feliz afinal quem não teme a morte? Arrepio-me só de pensar que um dia vou morrer... Aliás diga-se de passagem me cremem, a idéia de vermes comendo meus restos mortais me enoja.
Quando penso em 2012 me vem na cabeça a idéia de um médico me dizendo que eu tenho apenas 2 anos de vida, o que você faria? Sinceramente eu não sei o que eu faria, eu não tenho dinheiro para fazer nem um terço do que me vem em mente, então de acordo com a minha realidade, acho que eu mudaria principalmente a minha postura, já que é uma das poucas coisas na vida onde não é preciso injetar dinheiro. Talvez eu fosse mais corajosa, talvez até mais cara de pau, realizaria todas as minhas vontades plausíveis e falaria o que eu tivesse vontade, trataria melhor os meus pais e meus amigos, sairia todo dia, iria beber como se não houvesse cirrose, eu não pagaria a conta em nenhum bar, faria um crediário nas Casas Bahia. Talvez eu beijasse uma mulher, talvez não, teria um filho, é acho que eu teria um filho, mesmo sendo uma sacanagem ter um filho destinado a apenas um ano de vida... Ou talvez eu compre um cachorro. Acabaria de ler os livros que por algum motivo eu não acabei, e sim claro veria os filmes que eu quero ver e sempre adio, não usaria mais salto alto, só andaria de chinelo, tentaria novas posições, voltaria a fazer aulas de teatro. Não me cobraria demais e não pensaria tanto, seria mais impulsiva, seria eu só que em uma versão menos autoritária comigo, seria uma versão foda-se de mim mesma, e definitivamente, Pedro Bial que me desculpe, eu não usaria filtro solar.
Na verdade eu nem sei porque divaguei tanto sobre uma coisa que eu não acredito, a minha teoria sobre esse possível fim do mundo é que uma hora o calendário teria um fim, ninguém faria um calendário do ano 1 ao ano infinito, porque é impossível... Claro um dia a Terra vai explodir e todo mundo vai morrer, isso se nesse dia ainda existirem habitantes no planeta e se nos mesmos não explodirmos tudo antes que a Terra tome uma atitude, mas eu sinceramente acho que quando isso acontecer, de maneiras naturais, eu já terei me juntado ao petróleo há muito tempo, assim espero.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

"The Pacific" homenagem ou convocação?

Bem antes de mais nada eu vou me apresentar, meu nome é Vanessa tenho 20 anos e uma mente cheia de pensamentos embaralhados, minha intenção com esse é blog é tentar manter minha cabeça organizada e quem sabe ocupar a cabeça de quem resolver ler o que eu escrevo. Tentei pensar em alguma coisa muito especial como primeiro post do blog, porém não pensei em nada que atendesse minhas altas exigências, mas então pensando no motivo pelo qual eu criei o blog cheguei a conclusão que o importante é expressar o que esta em minha mente, não me prendendo em um assunto especifico, escrever o que eu penso, apenas isso.
Essa semana tem um pensamento que anda rondando a minha mente, uma série nova da HBO "The Pacific", uma breve explicação sobre a serie, além de ter sido a série mais cara da história conta com os grandes nomes do cinema Steven Spielberg e Tom Hanks como produtores executivos. Trata-se de uma minissérie de dez capítulos e cerca de 600 minutos de duração que reconstitui a memória pessoal de três marines americanos (Robert Leckie, John Basilone e Eugene Sledge) durante o conflito entre EUA e Japão no litoral do Pacífico em plena Segunda Guerra Mundial. Em uma entrevista recente Tom Hanks afirmou que "Queriam homenagear a coragem dos americanos na batalha", chegamos ao ponto em que minha cabeça entrou em curto, não é segredo para ninguém que os EUA mantém suas tropas no Iraque e que cada vez menos americanos querem "defender" seu país fazendo com que para incentivá-los a servir o exercito o governo precisa oferecer benefícios para convencê-los, não existe mais o orgulho de lutar pelo seu país, principalmente por uma causa desacreditada. Continuando nessa linha de raciocínio li nas entrelinhas que o objetivo da série é revitalizar o "orgulho nacional" o desejo de servir ao exercito por puro amor a pátria e se isso ocorrer, consequentemente aumentará a quantidade de americanos alistando-se no exercito e desejando aniquilar os malditos bastardos iraquianos. Posso até estar sendo extremamente radical, mas quando criei essa linha de raciocínio eu associei de cara com o nossa querida Leni Riefenstahl, uma boa amiga de um cara um tanto quanto autoritário que atendia pelo nome de Adolf Hitler, porque essa associação? Leni Riefenstahl foi a grande publicitária do Nazismo, como excelente profissional que era sabia que precisava passar a imagem do Nazismo como um partido bacana fazendo com que todos quisessem participar e serem felizes para sempre, o que ela fez então? Produziu filmes onde Hittler era retratado como um bravo herói, claro que Hitler também era um ótimo orador o que o deu mais credibilidade ainda, todos filmes tão bem feitos que tornaram-se marcos na história (mesmo que anos mais tarde tenham sido rejeitados por várias pessoas devido a ligação direta com o Nazismo) o resultado dos filmes foi o que nós todos conhecemos, uma adesão em massa da Alemanha ao Partido Nazista.
Concluindo, qual será então o real objetivo dessa milionária serie? Apenas ressuscitar o patriotismo e endeusar heróis de guerra, ou incitar americanos a morrerem na Guerra do Iraque para aumentar o prestígio dos EUA? Extremista ou não acho que devemos pensar nessa questão, para que suas consequências não nos peguem de surpresa.